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1/18/07

Aos que amam o teatro, o Método Marcello Ricardo Almeida amplia a dramaturgia de discussão temática no Teatro-Feijão-Com-Arroz. Textos para dois atores.








Diversas maneiras de se escrever para atores interpretarem no palco já foram escritas, através dos séculos, porém a dramaturgia desses autores que antecederam ao método Teatro-Feijão-Com-Arroz não abordou o gênero dramático da forma como está nas peças teatrais no método Teatro-Feijão-com-Arroz, e se abordou foi em contexto diferente. A importância do método criado por Marcello Ricardo Almeida está na tessitura de seu inventário que dá a fatos comuns do cotidiano uma atmosfera um tanto onírica, como se praticasse uma bruxólica mistura de gêneros, no humor e na ironia dramática sistematizado em mais de duas centenas de peças teatrais sobre os fenômenos sociais no Brasil. Um cotidiano narrado em linguagem sui generis, no qual mistura o grotesco, o onírico, o real, o fantástico, o humor, o satírico e o trágico. Grande número de dramaturgos, brasileiros e estrangeiros, escreveram peças teatrais e não as escreveram da forma como se escreve no método Teatro-Feijão-Com-Arroz, ou ainda, se escreveram, porém em diferentes contextos. A sugestão é a de que outros dramaturgos possam dar continuidade a esta metodologia de arte dramática desenvolvida pelo dramaturgo Marcello Ricardo Almeida.




(MODELO DE CONTRATO DE AUTORIZAÇÃO DO AUTOR PARA MONTAGEM DAS PEÇAS DE TEATRO NO MÉTODO TEATRO-FEIJÃO-COM-ARROZ).

www.teatroparadownload.blogspot.com

Uma peça de teatro tem o poder de convencimento superior a todos os livros de uma biblioteca. Quando uma peça, no método Teatro-feijão-com-arroz, que se sustenta no texto, é encenanda ao público, podem-se também transmitir mensagens de caráter filosófico (ou religioso) que poderão agir sobre as pessoas fazendo-as modificar seu modo de ver as coisas ou até mesmo seu comportamento. O próprio povo, causador do problema, não-consciente do problema que causou, no teatro-feijão-com-arroz, diverte-se de sua própria condição de povo.

1/17/07

Peças no método Teatro-feijão-com-arroz disponíveis na SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais), dos teatrólogos Morche e Marcello Ricardo Almeida. Este método tem como objetivo principal encenações com o caráter de lazer e sutil ironia. É o teatro com identidade própria. Brasileiro. Toda a pessoa que decide representar suas personagens, encenar uma de suas dezenas de peças no método de Marcello Ricardo Almeida, obviamente, interessada está em uma ironia fina da exposição dos problemas sociais: abrir os olhos em alerta à consciência de que certos problemas estão próximos e, na linguagem teatro-feijão-com-arroz, a platéia os enxerga rindo de si própria. Acesse na SBAT:

A ESFERA

A ESPERA DE NAGALGI NABUSCECO

A FILA DO INPS

AMISSA - E ISSO, AI, BICHO

CAMPONES QUE JAMAIS COMERA NA MESA DO REI

CASA DE FANTASMAS

CASA DE FERREIRO ESPETO DE BAMBU

DEBAIXO DA PONTE

HISTÓRIA DE JACI (UM PASSEIO AO LUGAR DO NAO SEI ONDE)

MEDO-MÍMICA

MONOLOGO

MORCEGOS HUMANOS

NEM TODA ROSCA TEM SEU FUSO TAMPOUCO NEM TODA TERRA TEM SEU USO

O BONDE ANDANDO

O CASAMENTO CAIPIRA

O DESPORTISTA E O FUNCIONARIO FEDERAL

O MOSQUITO

O VELHO LOBO DOS RIOS

O VOTO - MIMICA

OS FILHOS DA MAE (A FAMILIA)

OSSAFADO

QUEM MA CADA FAZ, NELA JAZ

UM MANICOMIO CHAMADO JAILL MERRY

UM TESOURO ALEM DO ARCO-IRIS

1/16/07

De Morche e Marcello Ricardo Almeida, a peça dos autores "A FILA DO INPS" foi à cena dezenas de vezes em vários lugares, montada em Nova York, EUA, em 2004. Sinopse: mostra a comédia da Família Cordeiro da Paz Carneiro, vítima do sistema. Como é costume, o pai levanta-se no meio da noite e põe no bico do lápis todas as dívidas até quando a mulher, Dona Violeta, interrompe seu hábito. Casal de muitos filhos e muitas doenças: uns mariscos na lutam da força da maré contra os rochedos.


SITUAÇÃO SETE

FASE A – Cemitério.



COVEIRO: Mais um buraco vazio. São vocês os donos?
VIZINHO: Do defunto? Sou o vizinho; aqueles são os filhos e a mãe vem atrás. Coveiro, o senhor acredita que o padre quase não solta mais o corpo do finado Cordeiro da Paz Carneiro?
COVEIRO: Já estava pra ir embora. Mais um buraco vazio. Mais um prato emborcado. Tenho pressa. Tem um casamento lá em casa, sabia?


E, assim, o método Teatro-feijão-com-arroz se sustenta nas próprias falas das personagens. Sem uma enxurrada de rubricas.

1/15/07

A peça DEBAIXO DA PONTE, com duração de 110min., no método Teatro-feijão-com-arroz, ganhou prêmios em Porto Alegre, RS, em 2004; foi utilizada para preparação de atores na Universidade Federal de Alagoas, em 2003, no Curso de Dramaturgia. Está em cartaz na Bahia desde 2006.

A concepção do espetáculo é a ironia e o deboche. O ator Jofre Soares, de Palmeira dos Índios, AL, e Dona Lola, mulher de Graciliano Ramos, revelaram-se fãs do método Teatro-feijão-com-arroz em um daqueles festivais do início da década de oitenta, em Arapiraca - declararam-se entusiasmados com os textos do método.

A divisão em SITUAÇÕES e FASES, no Teatro-Feijão-Com-Arroz, aboliram os ATOS e as CENAS. Também suprimiram as rubricas, e isto ajuda na concepção cênica do texto. O método de Marcello Ricardo Almeida é uma dramaturgia alicerçada no texto, segundo a opinião do experiente dramaturgo paulistano Fauzi Arap. O método se baseia muito na polarização das personagens. O conflito está sempre presente. As falas são sempre dramáticas (no sentido dramatúrgico, teatral) e o público se diverte muito. Ri de sua própria tragédia urbana; isto acontece nas mais variadas platéias: alunos universitários, alunos secundaristas ou mesmo do ensino fundamental, público de teatro, teatro noturno, diurno, matinê. Diferentes públicos de diferentes lugares, de diferentes classes se divertem muito de sua própria tragédia urbana. Isto faz o público sair do espetáculo, ao ver uma das peças no método Teatro-feijão-com-arroz: "Debaixo da Ponte" pensando em DEBAIXO DA PONTE. A platéia fica literalmente Debaixo da Ponte (a cabeça, claro) por muito tempo.

1/12/07

Procura romper com a trama e manter atores e platéia em atitude de vigília crítica e irônica. As peças no método teatro-feijão-com-arroz mantêm espectadores conscientes e não em estado de torpeza, hipnose diante dos fatos apresentados na encenação teatral, evitando assim a imersão no universo cenicamente construído.

Apresenta-se em constante estado de tensão, em permanente contradição entre si. O texto irônico é um dos processos típicos do método teatro-feijão-com-arroz.

Atores não podem se esquecer que são atores. Atores não podem se imaginar personagens. Atores devem ser sempre atores que desempenham papéis, como um amigo que conta uma piada a outro ou uma vizinha que faz uma fofoca e a outra vizinha e esta sabe que aquilo não passa de uma fofoca; como o amigo do amigo sabe, de antemão, que o que vai ouvir é uma piada e não uma notícia séria.
É o método teatral que mantém a plena consciência de que atuar é uma partícula das peculiaridades individuais, demonstradores dos efeitos das desigualdades.
De origem brasileira, sistematizado por Marcello Ricardo Almeida e Morche Ricardo Almeida na década de setenta, o método Teatro-feijão-com-arroz, reconhecido pela SBAT e publicado na Revista de Teatro 513, surge para estimular a valorização do texto irônico no teatro, a obediência à dramaturgia. O teatro-feijão-com-arroz não é o teatro de iniciantes. Não é considerado teatro simples. Não é um método básico para o exercício teatral.

Este método a realização do sonho de praticantes do exercício teatral e espectadores de um teatro presente na sociedade mais como necessidade do que diversão ou mercantilismo cujas técnicas do método de Marcello Ricardo Almeida é da valorização do texto ipsis litteris como passo primordial à resolução irônica de conflitos apresentados na dramaticidade cênica do teatro-feijão-com-arroz, sem apontar caminhos nem alternativas. Redimensiona a contemporaneidade do teatro que se faz, expõem aspectos mascarados do cotidiano, reestrutura outro fazer do teatro sob a aresta da ironia e da crítica às mazelas sociais.
Se METHODU tem origem latina, MÉTHODOS vem dos gregos. O método Teatro-feijão-com-arroz é o caminho para se chegar a um fim cênico de fina ironia teatral; é o modo ordenado de proceder com ironia cênica; é o conjunto de procedimentos técnicos que obedecem ao texto e a interpretação dramaticamente irônica; é o método da ordem dramático-pedagógica quando há necessidade da platéia de teatro; sistema educativo-dicisplinar.

O método Teatro-feijão-com-arroz possui um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência cênica, a fim de produzir um resultado dramático irônico. Bem como corrigir e/ou integrar conhecimentos teatrais pré-existentes no palco. Este palco poderá ser nas ruas, na caixa italiana, em um teatro de bolso, no arena, no teatro de bonecos, no estrado da igreja, da escola, do presídio etc. Trabalha com o texto o método teatro-feijão-com-arroz, é baseado em juntar evidências observáveis, empíricas e mensuráveis baseadas na dramaticidade típica do teatro contemporâneo.

DEBAIXO DA PONTE - escrita em 1983
Projeto de montagem teatral



“Deixe essas histórias pra lá, Sobaco. Como não tenho medo da felicidade, porque amo a felicidade, vou sair daqui atrás da felicidade”.

(Chulé. Debaixo da Ponte, Situação Derradeira, Última Fase).


APRESENTAÇÃO

A Cia., dando continuidade as suas atividades artísticas, vem apresentar sua nova proposta de montagem teatral: ”DEBAIXO DA PONTE”, texto de Morche e Marcello Ricardo Almeida que conta história de dois mendigos, que lutam pela pose da ponte a qual tomaram por casa. Um texto de cunho social que revela um Brasil carente e cheio de problemas. Educação, marginalização, violência, subempregos, suas relações na luta pela sobrevivência e a busca por uma cidadania destinada a todos; são alguns dos temas abordados. O texto mostra um País subdesenvolvido que tenta encontrar uma solução, apesar de todas as dificuldades e problemas que surgem na construção daquilo que denominamos: Vida!

JUSTIFICATIVA

Vivemos numa sociedade dilacerada pela busca desenfreada pela sobrevivência. Nesta busca, criamos comportamentos cada vez mais competitivos, estranhos, individualistas, que nos preparam para uma vida em sociedade, cercada por normas que construímos através dos tempos.

“Posso ser pobre, posso passar fome, posso não saber ler nem escrever - que você diz que é tão fácil -, posso não ter família, nem amigos, mas prefiro tá por aí... Não tenho sangue para viver me escondendo da polícia como os ratos desta ponte têm se escondido da gente: quero não, Sobaco. Gosto de ganhar a vida como cidadão honesto. Ainda existe honestidade em algum lugar”.
(Chulé - Debaixo da Ponte - Situação Três- Fase B).

Destas relações, a partir das oportunidades que tivemos ao decorrer da nossa vida surgem os vários grupos sociais que lutam por um espaço, dinheiro, comida, interesses que são diferentes e cada vez mais específicos.

A partir da nossa construção como cidadão e pessoas, das influências que tivemos, da educação e das oportunidades que a vida e nos oferece, construímos a nossa cidadania e dignidade.

Nessa construção, o senso crítico, a escola e a arte são fundamentais, pois nos darão base para criamos as oportunidades que nos darão maior equilíbrio, que nos dias atuais significa felicidade.

Fazer um teatro que mostra a nossa realidade e discuta temas atuais, colocando o indivíduo como responsável pela construção da sua história, através das suas escolhas, faz de nós, artistas e cidadãos, cada vez mais comprometidos com a nossa comunidade.

Assumimos a coragem de nos expor, literalmente nas ruas e depois nos palcos, vivendo dois personagens que discutem, entre tantas coisas, como o ser humano pode chegar ao fundo do poço, debaixo da ponte, convivendo com o desespero pela fome, frio, sem cultura, cidadania e arte, vagando pelas ruas, marquises e becos buscando seu destino.

Acreditamos que há como mudar este País, apesar de tudo, existem pessoas honestas, simples, felizes, sem os ranços de uma burguesia capitalista e milionária, mas que lutam por um país digno, humanitário e fraterno, dividindo as alegrias, compartilhando o pão, festejando a vida, afinal, gente é para brilhar e não para morrer de fome!

O texto Debaixo da Ponte, de Marcello Ricardo Almeida, e seus dois personagens, Sobaco e Chulé, nos emocionam, pois representam o nosso espírito brasileiro de perseverança, de luta, de sempre acreditar em dias melhores, da vontade de construirmos uma geração mais humana e feliz, sem tarjas, códigos ou conceitos pré-determinados de felicidade ou fracasso, desigualdade e exclusão. Estamos fazendo a nossa parte. Acreditamos em dias melhores e no poder da arte teatral. Quer vir conosco nesta busca?

OS AUTORES

Marcello Ricardo Almeida, em parceria com Morche Ricardo Almeida, inovaram a maneira de se escrever teatro, na década de setenta, reconhecido pela SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, criada em 1917, no Rio de Janeiro, por Chiquinha Gonzaga), com a criação do método Teatro-Feijão-Com-Arroz (
teatrofeijaocomarroz@gmail.com).

Com mais de 120 peças escritas, recebeu ao longo de sua carreira, prêmios literários como o Primeiro Lugar no Concurso de Dramaturgia, em 1990, e o Concurso Nacional de Dramaturgia Wladimir Maiakovski, em 1993, em São José dos Campos, SP, quando sua peça Morcegos Humanos conquistou a terceira colocação, e no ano seguinte, foi transformada em gibi.

Jornalista, desde 1976 e advogado, desde 1994, Marcello Ricardo Almeida foi classificado no Concurso O Advogado e a Literatura. Tendo exercido os cargos de vice-presidente da Federação Alagoana de Teatro Amador, de 1986 a 1987; de diretor Superintendente do Jornal de Alagoas - onde foi responsável pela implantação de jornais nos estados de Alagoas (Santana do Ipanema, Palmeiras dos Índios) e Bahia (Paulo Afonso) -, e de Presidente da Academia de Letras Blumenauense (ALB), como mandato em vigor até 2004, e presidiu a Federação das Academias de Letras do Estado de Santa Catarina. Dramaturgo e poeta criou o I Festival Nacional de Poesias, em 2003, em Florianópolis, SC. Responsável pela criação da Primeira de Escritores, em Santa Catarina. É escritor de gêneros diversificados, e teve mais de vinte livros adotados em cursos de graduação e pós-graduação.

O MÉTODO TEATRO-FEIJÃO-COM-ARROZ

Tem por base juntar evidências observáveis, empíricas e mensuráveis baseadas na dramaticidade típica do teatro contemporâneo. Possui um conjunto de regras básicas o método teatro-feijão-com-arroz a desenvolver uma experiência cênica, a fim de produzir um resultado dramático irônico. Bem como corrigir e/ou integrar conhecimentos teatrais pré-existentes no palco. Este palco poderá ser nas ruas, na caixa italiana, em um teatro de bolso, no arena, no teatro de bonecos, no estrado da igreja, da escola, do presídio etc. Determinam certos elementos que diferenciam o método teatro-feijão-com-arroz de outros métodos. O método teatro-feijão-com-arroz é processo objetivo, para que o texto, o ator (ou atores) sejam imparciais na interpretação dos resultados. Este método Teatro-feijão-com-arroz, que tem a admiração de teatrólogos de trabalhos reconhecidos e experiência comprovada, como os paulistanos Fauzi Arap e José Eduardo Vendramini; o método de Marcello Ricardo Almeida é o caminho para se chegar ao fim racional dramático e social; é o modo ordenado de proceder com ironia cênica; ordem dramático-pedagógica quando há necessidade da platéia de teatro; sistema educativo-dicisplinar.

Procura este método Teatro-feijão-com-arroz romper com a trama e manter atores e platéia em atitude de vigília crítica e irônica. As peças no método Teatro-feijão-com-arroz mantêm espectadores conscientes e não em estado de torpeza, hipnose diante dos fatos apresentados na encenação teatral. Evitando assim a imersão no universo cenicamente construído. Apresenta-se em constante estado de tensão, em permanente contradição entre si.

O texto irônico é um dos processos típicos do método Teatro-feijão-com-arroz. Neste método do dramaturgo alagoano Marcello Ricardo Almeida, atores não podem se esquecer que são atores, atores não podem se imaginar personagens, atores devem ser sempre atores que desempenham papéis, como um amigo que conta uma piada a outro ou uma vizinha que faz uma fofoca e a outra vizinha sabe que aquilo não passa de uma fofoca, como o amigo do amigo sabe de antemão que o que vai ouvir é uma piada e não uma notícia séria. Devem os atores manter a plena consciência de que atuam não sobre peculiaridades individuais, mas como demonstradores dos efeitos das desigualdades sociais e individuais.

Tem por função desmitificar as diversas instâncias de poder. Objetiva mudança segundo as concepções da cultura popular nordestina. Atitude crítica e irônica de um teatro que rir do próprio teatro, que se ironiza e se satiriza enquanto teatro – no sentido de rir de si próprio, de ver para mudar, de rever o que fez ou faz em seu grupo – é a política artístico-ideológica do método teatro-feijão-com-arroz. Representa o conjunto de traços próprios impregnados nas diversas culturas urbanas e rurais encontráveis nos nove Estados do Nordeste brasileiro e, por extensão, no País continental que é o Brasil. O método teatro-feijão-com-arroz é um método paradoxal pois, embora aparentemente simplificado pelo nome do prato de cada dia do brasileiro: teatro-feijão-com-arroz, paralelo a esta premissa, o método teatro-feijão-com-arroz não tem amarras aos espetáculos de países que não é nossa identidade. A identidade do método teatro-feijão-com-arroz é a identidade quinhentista brasileira. É a valorização de uma comida tipicamente brasileira: o feijão e o arroz na mesa do brasileiro. Transcende a movimentação gestual, a encenação do método teatro-feijão-com-arroz mostra a personagem engajada, expõe caráter. Atores como espelhos das sociedades. Para o método teatro-feijão-com-arroz, esses efeitos deixam marcas.

OBJETIVOS


Montar um trabalho que discuta os problemas sociais;
Continuar com o trabalho de pesquisa e repertório da companhia;
Incorporar no trabalho a pesquisa corporal no teatro físico e elementos da performance;
Fazer intervenções cênicas em ambientes públicos, mostrando o trabalho desenvolvido para um público popular, em espaços alternativos,
Estimular o retorno aos que comumente não freqüenta mais as salas de teatro;
Apresentar-se na capital e no interior baiano, em vários espaços e segmentos contribuindo à formação de platéia e discussão dos objetivos propostos neste projeto;
Fazer debate durante o espetáculo, onde o público discutirá a história, através da reflexão das ações e problemas sociais da nossa realidade.


PÚBLICO ALVO

Pessoas de todas as idades que, através da reflexão proporcionada pelo teatro possam criar novas histórias, inserindo-se com os atores sociais do nosso tempo.


TRANSPOSIÇÃO CÊNICA

Elementos principais: jornais, papelões, retalhos.

A estética adotada para o espetáculo tem como objetivo aproximar o espectador para os temas sociais discutidos e abordados no texto, fornecendo alguns elementos importantes na encenação.

No palco, uma ponte, que é feita de lona coberta de jornais que atravessará o espaço cênico.

Papelão, jornais, farrapos, preencherão o espaço cênico definindo as relações entre as personagens e mostrando um pouco as realidades vividas pelos dois moradores de rua.
A luz refletirá os sentimentos e situações que os personagens passam, assim como a agonia da cidade grande, além de definir o tempo cronológico desta montagem, entre noite e dias, dias e noites que nunca acabam.


ROTEIRO DE BASE


No texto do dramaturgo alagoano Marcello Ricardo Almeida, há elementos tão atuais que possibilitam reflexões das mais contemporâneas.

“Chulé, você sabe há quanto tempo vivo assim nas ruas, nas cidades, dançando? Não, não sabe. Eu dancei a minha vida toda nas mãos da miséria. Nem eu mesmo sei quanto tempo faz. É. Comecei cedo, Chulé. Comecei tão cedo que nem sei quinto tempo faz. Ando, ando e nunca encontro o que procuro. Tenho viajado tanto e sou velho sem casa. Sonho com uma casa própria desde criança. E o que sou hoje? Um velho sem teto”.
Debaixo da Ponte - Situação Duas

Na encenação, adotaremos a atualização dos fatos e notícias referentes aos problemas sociais discutidos no texto, com as notícias divulgadas em jornais, rádio ou televisão.

Estas intervenções, ora serão em voz em off, ora a própria notícia sendo narrada pelo o autor, ora o pensamento das personagens.


ROTEIRO DE TRABALHO

Conhecimento do Projeto
Leitura do texto original pelo grupo, discussão
Vivências temáticas em grupo para o estudo e preparação dos ensaios
Apresentação das vivências pelos membros do grupo para o grupo
Trabalho de pesquisa e preparação de ator
Improvisações dirigidas, pesquisa de repertório musical
Construção das personagens, técnicas utilizadas nos ensaios e no espetáculo, estudo de repertório, trabalho de corpo e voz
Estudos das cenas, objetivos das cenas e espetáculo
Estudo de repertório dentro do universo do espetáculo
Distribuição das primeiras falas
Processo criativo do espetáculo
Ensaios e marcações de cenas
Ensaios e definições de cenas
Ensaios de finalização
Reunião de Produção, divisão de tarefas
Ensaios finais com figurino, cenário e elementos cênicos
Ensaios e intervenções públicas
Ensaio de Maquiagem
Ensaios finais com a trilha gravada
Ensaio geral
Estréia

CENÁRIO

A proposta do cenário retrata a realidade das personagens dentro da estética dos moradores de rua.

A ponte, principal elemento da encenação, onde localiza os personagens e onde acontecem todas as cenas, é na verdade, um elemento de identificação social.

A ponte, como elemento de cena, será representada, atravessando o palco, na horizontal, com outro elemento da estética adotada: as placas demarcatórias, nomeando e definindo o espaço cênico.

Além destes recursos: papel, jornal, papelão, caixotes de madeira e baldes de zinco demarcaram o espaço onde acontecerá a encenação.

Tudo muito simples como pede o método teatro-feijão-com-arroz, funcional, chamando a atenção para a discussão a ser tratada no espetáculo.


FIGURINO


Pensando no contexto do texto, a pesquisa parte para a construção de um figurino funcional e despojado como pede o método teatro-feijão-com-arroz, com muitas sobreposições de peças, peças manufaturas, customizadas, rasgadas, velhas, gastas, refletindo a situação dos personagens e seu contexto social.

Retalhos também serão usados representando molambos tão comuns e reaproveitados por moradores de ruas e mendigos. Todas as peças serão reaproveitadas, assim como os adereços, chinelos e sapatos.

Há ainda a presença de gaze na construção da personagem Sobaco, que sofre com uma doença de pele e a presença da cultura popular em Chulé, que veio da zona rural.


CONTRA PARTIDA SOCIAL NAS OBSERVAÇÕES FINAIS

Será dividida a Contra Partida Social da Companhia série de ações desenvolvidas neste Projeto, dentre elas:

· Apresentações e intervenções públicas com cenas ou esquetes do espetáculo “DEBAIXO DA PONTE”, em espaços públicos, na Maçonaria, nas Universidades, nas academias de letras e artes, na AABB, no Rotary, no Lions, nos sindicatos, nas igrejas de todos os credos, APAEs, nos presídios, em CDLs (Clube de Diretores Lojistas), nos AAs, na zona rural do município, em instituições que desenvolvem trabalhos sociais ou na área de saúde;

· Debate do espetáculo no fim das apresentações, discutindo a temática da peça e o processo criativo desenvolvido durante a montagem;

· Continuação do Projeto Teatro Itinerante, contribuindo com a formação de platéia, com apresentação em escolas e instituições a preços populares, possibilitando o acesso a cultura, teatro e lazer;

· Distribuição de convites às escolas e instituições filantrópicas, assim como apresentações gratuitas feitas para um determinado grupo também apresentações na zona rural do município.

Sabemos da importância social, artística e política deste trabalho. Através dele temos o objetivo de divulgar arte na nossa cidade e noutras cidades e Estados participando, inclusive, de Festivais de Teatro no Brasil e exterior, o que tem sido uma característica forte nos trabalhos da Cia.